Amanheci mais velho no Peru, agora com 37. Karakas... Quase 40!
Saímos do hostel Karamole, em Tacna, sem café da manhã, logo depois das 6h. Os pingos de água do radiador da minha moto, quando a liguei, me deixaram preocupado. Viajaria monitorando a temperatura do motor.
Na aduana chilena, todos os alforges e bauletos foram revistados. Atenção especial foi dada à bolsa de roupas do Josué, que teve que passar no raio x. Tudo ok. Apenas roupas sujas!
Estávamos sem nenhum peso chileno. Por isso, fomos até o terminal de ônibus de Arica, onde existe uma casa de câmbio para comprarmos uns pesitos pra gasolina. A cotação, pior possível. Então, caso necessite, troque somente o necessário. Há uma casa de câmbio no terminal internacional (fechada no domingo) e outra no terminal nacional, onde negociamos.
A viagem de quase 800 km foi uma aventura e tanto. Descemos e subimos dos 2000m de altitude até 200m umas 4 vezes.
Nossa parada para abastecimento foi em Pozo Almonte, mais de 300km sem posto de gasolina. Como nossas máquinas têm autonomia para quase 400, ficamos socegados. Na estacion de servicio, conhecemos mais uns argentinos fazendo trajeto parecido com o nosso. Um deles, tinha sido atingido por um cervo, no dia anterior. A moto se detonou, mas ele não caiu.
Meus companheiros de viagem comeram empanadas e partimos rumo ao sul,agora com retas intermináveis no altiplano chileno.
A corrente da minha moto, que estava no limite e já não podia ser ajustada, começou a pedir arrego antes de chegar em Maria Elena. Assim que saímos da rota 5 para a rota 24 não deu mais. Paramos as motos e preparamos o reboque com a fita que haviamos levado.
Eu orava solitário no meu capacete. No dia dos meus cumple años, fui rebocado por 60 km, entre Maria Elena e Calama, quando subimos 2000m na cordilheira, por meu irmaozinho menor. Valeu Josu, te amo, nunca vou esquecer essa puxada que me destes.
A fita só arrebentou uma vez. Abastecemos em Chuquicamata, um povoado que é mais uma mina de cobre do que pueblo, e chegamos em Calama. Como era domingo, não havia oficina aberta. Com ajuda de um motoqueiro da cidade, que nos indicou um hostel com cochera, deixei minha moto na garagem e partimos com as outras duas para San Pedro de Atacama.
Comfesso que enquanto fazia os 100 km entre as duas cidades, já de noite, lembrei da conversa que tive com o mecânico que revisou a minha moto antes da viagem. "Está tudo certo com a transmissão? Vai aguentar os 10 mil km? O pneu aguenta mais 10 km? Vou viajar pra longe, está tudo certo?". A resposta que ouvi foi "sim, sim, claro!".
Fácil foi achar o hostal Mirador, perto da aduana, reservado no dia anterior via booking. Fomos recebidos pela Valeria, uma boliviana que nos fez sertir muito bem.
Ainda deu tempo de reservarmos passeio para Geisers del Tatio para Jucelia e o Josué. Eu e o Nelo voltaríamos a Calama para resolver o problema com a minha moto.
Caminhada no pueblo de San Pedro, Pizza e cama! Nunca havia tido um aniversário com tanta aventura!
É bom estar preparado para imprevistos... mesmo com os que tivemos conseguimos manter a programação.... uma recomendação é deixar pelo menos um dia de sobra para eventuais probleminhas....
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