Na saída de desaguadero abastecemos pela primeira vez com gasolina 84, a pior do Peru, a 10 soles o galão. Como é bom começar a rodar cedo. Antes das 9h estavamos num posto de gasolina de Puno, às margens do Lago Titicaca, onde perdemos mais de meia hora pra dar um trato nas máquinas. Nos cobraram 6 soles para lavar e passar um silicone nas motos. Voltaram a parecer as memas motos do início da viagem.
No porto da cidade tomamos um barco para visitar as ilhas flutuantes dos Urus. É um passeio bacana, que sempre acaba em compras das mesmas coisas que se vê em todos os povoados e cidades andinas. A história dos Uros, que vivem no lago Titicaca há séculos, foi contada por uma senhora simpatica, habitante de uma das ilhas. O passeio que era pra durar 2,5h acabou nos custando mais de 3h.
Saímos de Puno depois das 14h, numa boa rodovia, mas cheia de lombadas. Cada povoado tem lombadas. Os últimos 100km foram feitos de noite. E como foi cansativo. O farol da moto do Nelo estava funcionando só a alta, então, dirigir de noite estava sendo penoso, já que todos os carros jogavam farol alto na nossa cara. Tive a ideia, e deu certo. Cobri quase todo o farol (xenon) da moto dele com fita isolante! A chegada em Cusco foi terrível, num trânsito caótico e com o gps nos pondo em enrascadas.
Numa esquina, antes de pegarmos a avenida principal que nos levou ao centro da cidade, percebi que havia problemas com o Nelo e a Jucelia. Vi que o Josué estacionou a moto e ligou o alerta. Dei meia volta e, quando cheguei vi que o Nelo tinha a moto presa num buraco do asfalto, bem na esquina que havíamos dobrado. Liguei o alerta, coloquei a moto no ladinho da rua e, com um empurrão na frente da moto dele, tiramos a moto do buraco. Assim que a Jucelia embarcou e eles partiram, o Nelo se desequilibrou e quando foi por o pé no chão, pisou no buraco, resultando em mais uma queda. Ficamos todos assustados, ajudando eles a se recomporem e a levantar a moto. Assim que o fizemos, um caminhão na contramão veio a toda velocidade e bateu de leve na moto do Josué que estava na beira da rua. A moto deu uma balançada e... Não caiu. Vi o Josué querendo avançar no pescoço do louco motorista do caminhão, que de tão rápido, nem conseguimos vê-lo.
Estressados, cansados e famintos chegamos na Plaza de Armas de Cusco depois das 20h. Deixamos as motos estacionadas do lado da catedral com o Nelo e a Jucelia cuidando e, eu e o Josué, saímos com o GPS em mãos com as coordenadas geográfica do Hotel, afinal, ninguém sabia onde ficava a calle Arcoiris.
Achamos o Jamuy Guest House e tinha vagas pra noite de sábado (tínhamos adiantado a nossa chegada a Cusco em um dia). Com as motos, subimos as ladeiras pavimentadas com pedras lisas. Ao colocar a moto na garagem, um barulho estranho na transmissão indicou a necessidade urgente de apertar a corrente.
Deixamos as motos na garagem e as coisas no quarto e saímos, famintos, sem querer esperar, para comer uma hamburguesa a lo pobre, no Bembons, na Plaza de Armas.
Um dia comprido terminava sem problemas sérios. A queda do Nelo e da Jucelia, devido ao extremo cansaço e fome, nos deu um alerta pra maneirarmos e não excedermos os limites do organismo. Decidimos não mais dirigir a noite! E sempre comer alguma coisa antes do jantar (kkk).
Chegamos ao nosso destino. Agora é curtir a história e a cultura Inca nos arredores de Cusco e Machupicchu.
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