domingo, 29 de maio de 2016

Dias 24 e 25 - Bom Jesus / Içara / Florianópolis

Depois de uma boa noite de sono em Bom Jesus, na Serra gaúcha, com direito a lareira e tudo, na pousada Rodrivaris,  tomamos um café da manhã serrano (da marca Bom Jesus) e partimos pela RS-110 em direção a Cambará do Sul. A rodovia é traiçoeira, com bastante curva e trechos cujo asfalto foi substituído por pedras.

Em Cambará, visitamos o salão onde acontecia a festa do mel, compramos uns suprimentos no mercadinho e enfrentamos os 20km de estrada de chão péssima até o canion de Itaimbezinho.

Por R$11 eu e a moto pudemos entrar no parque,  apesar de as motos não ficarem nada entusiasmadas com a beleza natural do canion.
O vento limpava e sujava a vista do canion com rapidez, o que tornava a busca por uma boa foto uma corrida. Ficamos umas 3h nesse belo lugar, com direito a uma boa caminhada (6km) na trilha do cotovelo.

A continuação da viajem,  enfrentando mais 20km de péssima estrada de chão, com pedras soltas e serração forte,  foi punk.

No meio da descida dos 1000m de altitude, o pineu traseiro da moto do Josué furou.  Finalmente usamos o nosso quite de reparo, e em menos de 20min o pneu estava ok!

No final da descida, já chegando em Praia Grande, existem alguns trechos com asfalto. Num desses trechos,  alme tamos bem a velocidade de descida e quando surgiu o final dos asfalto,  com as pedras soltas, o Josué não consegui segurar a moto, rabeou nas ledras e foi pro chão. Vi a poeira levantar no retrovisor...  Saltei da moto e corri pra ajudar.  Ele permaneceu imóvel, deitado no chão, com a perna debaixo da moto. Quando perguntei se ele estava bem, repondeu que sim...  Só estava esperando a gente tirar a foto da queda!

Arranhões na carenagem e o trocador de marchas torto foi o de menos.  O problema foi o óleo vazando de um buraquinho no carter.  Assumi o controle da situação,  deixei a minha moto com meu maninho mais novo e desci o resto da serra com a moto desligada e o pisca alerta ligado.  Lá no plano, já em rua asfaltada de Praia Grande, reboquei a moto dele com a minha por menos de 2 km.

No posto de gasolina, limpamos bem o furo no carter e com o útil durepox remendamos o buraco.  Pra não ter que esperar as 2h pra secar, coloquei uma camada de fita isolante. Completamos o nível com um litro de óleo e partimos, já no escuro, em direção ao nosso destino, a casa do Nelo e da Jucelia, em Içara.

Na chegada, uma surpresa: toda a família reunida numa grande festa pra recepcionar os aventureiros. Foi emocionte.

Churrasco, bolo de aniversário, muitos doces e boa conversa relembrando os momentos da nossa viagem. Sem contar a decoração e as camisetas que prepararam pra receber a gente.

Bom de mais receber minha filha Jolie, acariciando minha barba. Ouvir meu filho Vicente de 2 anos dizer "papai,  eu gosto tanto de você".

Como é bom viajar...  Como é bom voltar pra casa!

O domingo, tiramos pra conversar e curtir o último dia das férias com a família. Ainda de tarde, Josué ensilhou a moto dura na queda e partiu na chuva pra Guararuba.

Depois do jantar foi a minha vez.  Parti escoltado pelas pessoas que mais amo, Ana Paula, Jolie e Vicente, para vencer os últimos 200 km da viagem, até a nossa casa em Florianópolis.

Foram 9.689 km viajados,  6 países, em 25 dias.  Agradeço a Deus que nos levou e trouxe em segurança. Ao meus parceiros de viagem, Josué, Nelo e Jucelia, além de minha esposa Ana Paula, que esteve conosco em parte da viagem.  Agradeço também aos muitos parentes e amigos, que que nos acompanharam, torceram e oraram por nós.

Uma viagem de moto só acaba quando começa outra.  Vamos viver esses momentos até a próxima viagem.

Um abraço a todos.

"... Até aqui o Senhor nos ajudou. " 1 Samuel 7;12










sexta-feira, 27 de maio de 2016

Dia 23 - São Miguel das Missões / São João

Hoje acordamos tarde. Depois de um café padrão hotel brasileiro, visitamos o projeto Memória Missioneira, pertinho da pousada.

Saímos de São Miguel já passava das 10h.  Paramos em Ijuí e Lagoa Vermelha para abastecer as máquinas. De Lagoa Vermelha e Vacaria, fomos acompanhados em formação por um casal de Palhoça, que voltavam do Parque Estadual do Turvo.

Antes de chegar no centro de Bom Jesus, vi a placa de uma poisada que parecia bacana.  Paramos,  negociamos preço e fomos descansar num quarto familiar, com direito a lareira e tudo.

Estamos quase chegando!

Dia 22 - Resistência / São Miguel das Missões

Em Resistência, a primeira providência foi uma oficina de motos, distante 3 quadras do hotel, pra tirar um elo da corrente nova que cedeu de mais na pegada de 940 km de ontem.

Feito isso, atravessamos a ponte que separa os estados do Chaco e de Corrientes, e paramos pra tomar um café gostoso numa lanchonete.

Depois foi seguir até próximo de Posadas, onde calculei o qto de combustível caro da Argentina (R$ 5.5 por litro) precisaríamos até chegar em Porto Xavier, no Brasil.

Abastecidas as motos, rodamos 200km até chegar a San Javier.  Na aduana e imigração argentina, tudo tranquilo de mais. Pagamos os $80 pela balsa mais $10 de pedagio (R$22,50), e atravessamos para o Brasil às 17h. A ultima balsa é às 17:30h, então, fique esperto.

Abastecemos com gasolina brasileira e começamos a rodar nas estradas esburacadas do brasil.

Chegamos em São Miguel das Missões logo depois das 19h. Ficamos com o último quarto (triplo + colchão no chão) da pousada das Missões.

Depois foi aproveitar o show de som e luz de São Miguel.  Minha terceira vez nesse lugar, que mesmo conhecido, sempre me encanta. Foi legal ver o Josué e a Jucelia, ambos professores de formação, entusiasmados com a história e cultura do lugar.

Depois foi só comermos uma picanha na chapa e descansar, depois de bastante tempo, no Brasil.


quarta-feira, 25 de maio de 2016

Dia 21 - Tilcara / Resistência

Tomamos um café ruim no Club Hostal Tilcara assim que amanheceu. Como o pão só chegava as 8:10h, tomamos café ruim com bolacha ruim.

Depois de abastecer as motos e ajustar as cadenas, começamos a descer a cordilheira. Paramos para abastecer, sem filas, em El Galpon, Monte Quemado e Saenz Peña.

As retas intermináveis da Rn16 foram rodadas nesse dia. Muitas partes estão bem pior do que estavam há 4 anos. Há alguns trechos em obras, e o maior cuidado, além dos buracos, é com animais. Nos povoados há sempre cabras ou porcos soltos, e is pássaros do Chaco são suicidas...  Matei um deles com o ombro!

Hone batemos nosso recorde: 940 km rodados num dia...  Sem almoço...  Finalizando o dia com uma pizza estranha. Feriado na Argentina, 25 de maio, foi o que encontramos pra comer em Resistência. Haja resistência! Amanhã, se Deus quiser, dormiremos no Brasil.


terça-feira, 24 de maio de 2016

Dia 20 - San Pedro de Atacama / Tilcara (Paso de Jama)

Tivemos uma boa noite no Hostal Mirador.  Nosso café da manhã foi feito por nós mesmos, com direito a umas frutas diferentes que a Jucelia tinha comprado.

Depois de se encher de camadas de roupas, saímos para abastecer as motos na única estação de serviços de San Pedro.  Os trocados em pesos chilenos foram gastos em chocolates para a viagem, numa bodega que encontramos aberta às 8h da madrugada.

Foi bom retornar ao Paso de Jama novamente, depois de mais de 4 anos. Desta vez, vimos mais neve no caminho, logo que atingimos os 4700m de altitude, a uns 60km de San Pedro. Foi legal ver meu irmão e minha irmã se divertirem no gelo...  Teve até tombo da Jucelia!

Na aduana foi tudo muito rápido, sem necessidade de revistas. Somente carimbos, muitos carimbos.  Na chegada, um guarda entrega um passaporte (papel com uns locais pra carimbar), e na saída um outro guarda pede esse papel, todo carimbado, comprovando que vc fez todos os trâmites.

Encontramos muitos brasileiros.  Destacamos uma família de Dionísio Cerqueira, em 3 caminhonetes, fizeram uma rota de rípio onde ficaram 8 dias isolados. Na família incluia os pais,  com 75 anos, numa Rav4,  e a família dos dois filhos em duas Rangers super equipadas, uma com um garotinho de 4 anos.  Vendo isso,  ja comecei a bolar outra aventura, incluindo meus filhos! . :-)

Abastecemos depois da aduana e, na parada para fotos nas Salinas Grandes, encontramos motociclistas de Pato Branco, que também foram a Machu Picchu, mas não tiveram coragem de entrar na Bolívia. Nós tivemos...  Kkkk.

O susto ficou reservado a uma alpaca que atravessou saltitando a pista, bem na minha frente. Certamente o estrago, no caso de um atropelamento, seria bem mais sério do que o caso do cachorro peruano.  Atenção para as pedras soltas na pista, principalmente nas curvas.  No lado Argentino do paso, encontramos muita. No lado Chileno a atenção foi para gelo na pista. Fazia dois dias que a estrada tinha sido i terditada por esse motivo.
Em Purmamarca era impossível cambiar pesos por reais.  Os caras queriam pagar $ 2,50 por cada R$, se o câmbio oficial é mais que 3,9. Então, decidimos ir pra Tilcara.

Em Tilcara procurei o mesmo hostel que nos hospedamos em 2012... Fechou!  Quanto ao câmbio, piorou.  Queriam nos pagar 2,10, pondo a culpa no Temer.  O saque no caixa eletrônico nos salvou, com câmbio a 3,75.

Depois de um belo bife de Lama num restaurante na praça principal da cidade, pu


demos descansar de um excelente dia de viajem. Passo de Jama é um dos pontos altos de qualquer viagem de moto.

Deus é bom em todo o tempo!

Dia 19 - Manutenção da moto em Calama

Josué e Jucelia saíram às 4h da manhã para um passeio aos Geisers del Tatio.  Eu e o Nelo, que já tínhamos feito isso há 4 anos, voltamos pra Calama.

Às 9:30h chegamos no hostal onde havia deixado a moto. Procuramos uma mecânica indicada pelo pessoal do hostel em vão, até que paramos pra perguntar a um estranho sobre um possível mecânico. Depois de umas ligações, nos disse que o mecânico estava vindo. Eihn!?

Passaram-se uns 15 min e chegou Jorge, um boliviano que vive em Calama há 4 anos.

Resumindo a história, passamos o dia com esse cara...  Fui com ele em lojas de motopeças, tornearias, lojas de ferragens, buscar a filha dele no colégio. O cara caiu do céu!

O Jorge sempre trabalhou com moto, desde a Bolívia.  Trabalhou uns anos na Yamaha de Calama e agora está montando sua própria oficina. O cara deu um jeito de fazer um pinhão pra minha moto, que com a corrente nova, ficou com a transmissão zerada.  Ainda solucionou o vazamento na refrigeração e pôs óleo no freio traseiro da moto do Nelo, que até então só tinha frenos dianteiros.

Para quem precisar,  recomendo:
Jorge, telefono 96 5130947, Av. Arturo Prat, 2737, Calama.

Antes do anoitecer eu e o Nelo chegamos ao hostel Mirador, em San Pedro de Atacama. A Jucelia estava preparando macarrão com linguiça de cervo! Tivemos a companhia da Valeria, senhora boliviana que reabalha em dois hostels em San Pedro. Simpatia em pessoa, mãe de 3 filhos fez questão de tirar uma foto na moto mais bonita.

O jantar feito pela Jucelia foi delicioso. Conversamos muito, regalamos Valeria com os bolovianos em moedas que nos haviam sobrados da Bolívia, além de dois casacos da Jucelia, e fomos dormir no quarto quádruplo do hostel Mirador, depois de uma ducha quente e muitas risadas.

Até aqui nos ajudou o Senhor.


Dia 18 - Tacna / San Pedro de Atacama

Amanheci mais velho no Peru, agora com 37. Karakas...  Quase 40!

Saímos do hostel Karamole, em Tacna, sem café da manhã, logo depois das 6h. Os pingos de água do radiador da minha moto,  quando a liguei, me deixaram preocupado.  Viajaria monitorando a temperatura do motor.

Na aduana chilena, todos os alforges e bauletos foram revistados. Atenção especial foi dada à bolsa de roupas do Josué, que teve que passar no raio x. Tudo ok. Apenas roupas sujas!

Estávamos sem nenhum peso chileno.  Por isso, fomos até o terminal de ônibus de Arica, onde existe uma casa de câmbio para comprarmos uns pesitos pra gasolina. A cotação, pior possível. Então, caso necessite, troque somente o necessário. Há uma casa de câmbio no terminal internacional (fechada no domingo) e outra no terminal nacional, onde negociamos.

A viagem de quase 800 km foi uma aventura e tanto.  Descemos e subimos dos 2000m de altitude até 200m umas 4 vezes.

Nossa parada para abastecimento foi em Pozo Almonte, mais de 300km sem posto de gasolina.  Como nossas máquinas têm autonomia para quase 400, ficamos socegados.  Na estacion de servicio, conhecemos mais uns argentinos fazendo trajeto parecido com o nosso.  Um deles, tinha sido atingido por um cervo, no dia anterior.  A moto se detonou, mas ele não caiu.

Meus companheiros de viagem comeram empanadas e partimos rumo ao sul,agora com retas intermináveis no altiplano chileno.

A corrente da minha moto, que estava no limite e já não podia ser ajustada, começou a pedir arrego antes de chegar em Maria Elena.  Assim que saímos da rota 5 para a rota 24 não deu mais. Paramos as motos e preparamos o reboque com a fita que haviamos levado.

Eu orava solitário no meu capacete.  No dia dos meus cumple años,  fui rebocado por 60 km, entre Maria Elena e Calama, quando subimos 2000m na cordilheira, por meu irmaozinho menor.  Valeu Josu, te amo, nunca vou esquecer essa puxada que me destes.

A fita só arrebentou uma vez.  Abastecemos em Chuquicamata, um povoado que é mais uma mina de cobre do que pueblo, e chegamos em Calama. Como era domingo, não havia oficina aberta.  Com ajuda de um motoqueiro da cidade, que nos indicou um hostel com cochera,  deixei minha moto na garagem e partimos com as outras duas para San Pedro de Atacama.

Comfesso que enquanto fazia os 100 km entre as duas cidades, já de noite, lembrei da conversa que tive com o mecânico que revisou a minha moto antes da viagem. "Está tudo certo com a transmissão? Vai aguentar os 10 mil km? O pneu aguenta mais 10 km? Vou viajar pra longe, está tudo certo?". A resposta que ouvi foi "sim, sim, claro!".

Fácil foi achar o hostal Mirador, perto da aduana, reservado no dia anterior via booking. Fomos recebidos pela Valeria, uma boliviana que nos fez sertir muito bem.


Ainda deu tempo de reservarmos passeio para Geisers del Tatio para Jucelia e o Josué.  Eu e o Nelo voltaríamos a Calama para resolver o problema com a minha moto.

Caminhada no pueblo de San Pedro,  Pizza e cama! Nunca havia tido um aniversário com tanta aventura!

Dia 17 - Arequipa / Tacna

Depois do café no hostel Yanay Inn (Av. Luna Pizzarro, 511, Urbanuzacion Vallecito,  Arequipa), preparado pelo Luis, eu e o Nelo saímos atrás das Llantas ou Neumaticos.  Depois de mais de uma hora rodando na cidade de Arequipa,  conseguimos pneus Pirelli, brasileiros, pela metade do preço praticado no brasil...  Mais 6 pila para trocarem os pneus em uma oficina...  Mais a troca do óleo da moto do Nelo... Fechado!

Às 13h saímos de Arequipa em direção ao Pacífico, agora com pneus novos. Descemos a cordilheira andina até Punta de Bombón. Depois, percorremos a Constanera Norte até Ilo, com lindas paisagens, de um lado o Pacifico e de outro a cordilheira. Valeu pela dica, Carlão.

Em Ilo, o cheiro de peixe tomou cinta do lugar.  Dezenas de barcos pesqueiros enfeitavam o entardecer no Pacífico no sul do Peru. Seguimos pela rota 1E até La Yarada. Já estava escuro quando um cachorro peruano de meia estatura resolveu me atropelar.  Pobre Perro!  Comigo, no passo nada, gracias a Dios!

Chegamos em Tacna já de noite. O hostel que eu ti ha mapeado no booking não tinha vaga.  Mas no hostel do lado havia.  Então, show de bola.  Sem café da manhã, pero que más em cuenta!

Mais uma parrilha nos arredores da plaza de armas, cusquenhas, sorvetes, e estávamos saciados para dormir.

Grandes coisas fez o Senhor por nós, por isso estamos alegres.

Dia 16 - Ollantaytambo /Arequipa

Saímos logo depois das 5h, em direção à cidade perdida dos Incas.  Eu,  a Paula e o Josué, pela trilha. O Nelo e a Jucelia, by bus!

Nós demoramos 1,5 h,  para subir as escadarias de pedra até a entrada de Machu Picchu.  Lá, contratamos um dos vários guias que se oferecem na entrada... Junto com um mexicano e duas venezuelanas (grupo de 6), pagamos S/. 20 por pessoa.

O Tour Guiado durou 2h. Vale a pena ter um, se vc não é um grande conhecedor da cultura Inca e da cidade perdida.

A Jucelia e o Nelo nos encontraram assim que o tour acabou (baita sorte).

Andamos pelas ruínas, descansamos à sombra da vegetação no lado superior esquerdo da cidade,  visitamos a Ponte Inca (uns 20 min de trilha) e, as 14h, iniciamos a descida da trilha, agora acompanhados do Nelo e da Jucelia.

Depois de 1h, estavamos em frente ao museu Inca, que fica no pé da trilha. Depois de ler o portfólio das obras expostas, resolvemos não entrar no museu.  Pegamos nossas coisas no hostel,  fizemos um lanche na praça central de águas calientes e subimos epelo grande centro comercial até chegar na estação.

Chegamos em Ollantaytambo as 20h, para descansar no bom hostel Casa del Abuelo River Side (by booking).

domingo, 22 de maio de 2016

Dia 15 - Machu Picchu

Saímos logo depois das 5h, em direção à cidade perdida dos Incas.  Eu,  a Paula e o Josué, pela trilha. O Nelo e a Jucelia, by bus!

Nós demoramos 1,5 h,  para subir as escadarias de pedra até a entrada de Machu Picchu.  Lá, contratamos um dos vários guias que se oferecem na entrada... Junto com um mexicano e duas venezuelanas (grupo de 6), pagamos S/. 20 por pessoa.

O Tour Guiado durou 2h. Vale a pena ter um, se vc não é um grande conhecedor da cultura Inca e da cidade perdida.

A Jucelia e o Nelo nos encontraram assim que o tour acabou (baita sorte).

Andamos pelas ruínas, descansamos à sombra da vegetação no lado superior esquerdo da cidade,  visitamos a Ponte Inca (uns 20 min de trilha) e, as 14h, iniciamos a descida da trilha, agora acompanhados do Nelo e da Jucelia.

Depois de 1h, estavamos em frente ao museu Inca, que fica no pé da trilha. Depois de ler o portfólio das obras expostas, resolvemos não entrar no museu.  Pegamos nossas coisas no hostel,  fizemos um lanche na praça central de águas calientes e subimos epelo grande centro comercial até chegar na estação.

Chegamos em Ollantaytambo as 20h, para descansar no bom hostel Casa del Abuelo River Side (by booking).

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Dia 14 - Urubamba / Ollantaytambo / Águas Calientes

A noite no Casa Saywa foi show de bola...  Descansamos bem. Depois do café, servido na sala de jantar da pousada, preparamos as bagagens nas motos para sair.

Guando liguei a minha moto, percebi líquido de arrefecimento vazando na frente do motor.  Alguns minutos depois estávamos com a parte da frente da moto desmontada. Persebemos um possível vazamento em uma mangueira que sai (ou entra)  no radiador.  É possível que uma abraçadeira precise ser apertada.

Notamos que o vazamento cessou depois de um tempo. Completei o fluído de arrefecimento com um pouco de água mineral, remontamos a frente da moto e partimos de Urubamba para Olantaytambo (20km).

Foi fácil encontrarmos o hotel Casa del Abuelo Riverside, reservado para o dia seguinte, próximo ao rio, em Olantaytambo. Deixamos as bagagens guardadas no hotel e as motos estacionadas num espaço na frente do mesmo, próximo ao rio.

O pueblo de Olantaytambo é muito interessante, pois os moradores ainda vivem nas construções históricas dos Incas.

Depois de rodar pelo povoado e pelo comércio por mais de meia hora, fomos para estação, onde tomamos o trem para Águas Calientes. O percurso de trem durou 1h20min, com direito a serviço de bordo e tudo. Os trilhos seguem o rio ladeando a montanha e proporcionando paisagens deslumbrantes.

Águas Calientes é muito legal.  Turistas e trilheiros pra todo lado... Gente suada chegando de Machu Picchu...  Deixamos as coisas no hostal Colla Raymi e caminhamos uns 30 min até o início do caminho de mais de 2h, que amanhã nos levará à Machi Picchu. O Nelo e a Jucelia já compraram as passagens para subir de ônibus.  Eu,  a Paula e o Josué subiremos a pé.

Passamos no mercado público, onde compramos banana e outras frutas que a gente não conhece, além de umas barras de cereais para a caminhada do dia seguinte. Depois, comemos el Cuy (porquinho da Índia), que é típico dessa região e carne de lhama. As mulheres ficaram na carne de vaca mesmo.

Anoiteceu bonito em Águas Calientes. Amanhã, cedinho vamos caminhando para a cidade perdida dos Incas.


Dia 13 - Cusco / Urubamba

Depois do café no Jamuy Guest House (by booking.com)  fizemos a manutenção nas motos.
A corrente da minha moto estava extremamente frouxa. Quando fomos soltar o eixo, constatamos a porca do eixo solta. Por isso a corrente frouxou tanto.

Na moto do Josué, vimos um parafuso que segura o cano de descarga e o suporte do bauleto caído. Estávamos improvisando uma amarração com arame quando o Josué encontrou o parafuso preso na proteção do cano de descarga.

Ainda trocamos uns R$ por S/., na Praza de Armas, estudei a saída de Cusco, e partimos de moto em direção a Urubamba, no vale Sagrado.

Antes de chegar à Urubamba, dobramos a esquerda para visitar Moray, um local onde os Incas utilizavam para aclimatação de plantas, inclusive a famosa coca, que antes dos Incas não existia nessa altitude.

Às 16h encontramos a Casa Soywa (by booking. com, mas com exigências de 50% de pagamento adiantado). Localizada ao pé da montanha Soywa, foi um dos locais mais legais que ficamos.

Jantamos Truta, às 17:30h,  no restaurante Mercedes, em frente à Praza de Armas da cidadezinha de Urubamba. Excelente qualidade e preço justo!

De volta à pousada, começamos os preparativos para irmos a Machu Picchu.



Dia 12 - Vale Sagrado

Nosso segundo dia em Cusco foi para um tour guiado ao Vale Sagrado, onde estão diversos sítios arqueológicos.

Fizemos tudo de micro-ônibus, sem se estressar com o trânsito maluco de Cusco.

A maior parte das ruas são pavimentadas com pedras arredondadas e escorregadias, bastante inapropriadas para se andar com moto pesada.  Então, meu conselho é: contrate um citytour e um tour ao Vale Sagrado em uma das várias agências que tem nos arredores da Plaza de Armas.

Os dois passeios, incluindo um almoço no restaurante InkaMaia, em Urubamba,  nos custou S/.  60. É claro que vc terá que adquirir o ingresso aos locais,  por S/. 130.

O tour começa às 8:30h e acaba às 19:15. Passa muito rápido.  Terminamos o dia num café e em muitas lojinhas de Cusco.

terça-feira, 17 de maio de 2016

Dia 11 - Cusco

As 6h tomei um taxi em direção ao Aeroporto Internacional de Cusco...  Um pouco mais de meia hora de espera e, finalmente encontro minha gata. Depois de 14h entre vôos e esperas em aeroportos, a Paula chegou em Cusco.

Descansamos um pouco no hotel e aproveitamos a tarde para um CityTour. Visitamos o Templo do Sol e muitos outros sitios arqueológicos nos arredores de Cusco.

Quando os espanhos chegaram, em 1532, a ideia foi tomar todo ouro e prata e destruir os templos,  ídolos e deuses dos incas, além de estabelecer a religião católica. Fizeram isso com sucesso. A maioria dos sítios arqueológicos têm menos de 30% de originalidade.

Uma coisa é certa: a visita guiada vale muito a pena.

Para visitar a maioria dos sítios arqueológicos é preciso adquirir o Boleto Turistico del Cusco, válido por 10 dias, por 130 Soles, dá direito a uma visitação em 16 pontos turísticos.

Nosso guia Elvio nos deu uma aula de história!

Um dia show de bola.

Dia 10 - Desaguadero / Puno / Cusco

Eram 6h quando descemos as escadas do estranho hotel de Desaguadero.  Um Senhor com cara de sono veio nos cobrar os 30 soles mais 5 pela garagem das motos. Que horror!

Na saída de desaguadero abastecemos pela primeira vez com gasolina 84, a pior do Peru, a 10 soles o galão. Como é bom começar a rodar cedo. Antes das 9h estavamos num posto de gasolina de Puno,  às margens do Lago Titicaca, onde perdemos mais de meia hora pra dar um trato nas máquinas. Nos cobraram 6 soles para lavar e passar um silicone nas motos.  Voltaram a parecer as memas motos do início da viagem.

No porto da cidade tomamos um barco para visitar as ilhas flutuantes dos Urus.  É um passeio bacana, que sempre acaba em compras das mesmas coisas que se vê em todos os povoados e cidades andinas. A história dos Uros, que vivem no lago Titicaca há séculos, foi contada por uma senhora simpatica, habitante de uma das ilhas.  O passeio que era pra durar 2,5h acabou nos custando mais de 3h.

Saímos de Puno depois das 14h, numa boa rodovia,  mas cheia de lombadas.  Cada povoado tem lombadas. Os últimos 100km foram feitos de noite.  E como foi cansativo. O farol da moto do Nelo estava funcionando só a alta, então, dirigir de noite estava sendo penoso, já que todos os carros jogavam farol alto na nossa cara. Tive a ideia, e deu certo. Cobri quase todo o farol (xenon) da moto dele com fita isolante!   A chegada em Cusco foi terrível, num trânsito caótico e com o gps nos pondo em enrascadas.

Numa esquina, antes de pegarmos a avenida principal que nos levou ao centro da cidade, percebi que havia problemas com o Nelo e a Jucelia. Vi que o Josué estacionou a moto e ligou o alerta.  Dei meia volta e, quando cheguei vi que o Nelo tinha a moto presa num buraco do asfalto, bem na esquina que havíamos dobrado.  Liguei o alerta,  coloquei a moto no ladinho da rua e,  com um empurrão na frente da moto dele,  tiramos a moto do buraco. Assim que a Jucelia embarcou e eles partiram, o Nelo se desequilibrou e quando foi por o pé no chão, pisou no buraco, resultando em mais uma queda. Ficamos todos assustados,  ajudando eles a se recomporem e a levantar a moto.  Assim que o fizemos, um caminhão na contramão veio a toda velocidade e bateu de leve na moto do Josué que estava na beira da rua.  A moto deu uma balançada e... Não caiu.  Vi o Josué querendo avançar no pescoço do louco motorista do caminhão, que de tão rápido, nem conseguimos vê-lo.

Estressados, cansados e famintos chegamos na Plaza de Armas de Cusco depois das 20h. Deixamos as motos estacionadas do lado da catedral com o Nelo e a Jucelia cuidando e, eu e o Josué, saímos com o GPS em mãos com as coordenadas geográfica do Hotel, afinal, ninguém sabia onde ficava a calle Arcoiris.

Achamos o Jamuy Guest House e tinha vagas pra noite de sábado (tínhamos adiantado a nossa chegada a Cusco em um dia).  Com as motos,  subimos as ladeiras pavimentadas com pedras lisas.  Ao colocar a moto na garagem, um barulho estranho na transmissão indicou a necessidade urgente de apertar a corrente.

Deixamos as motos na garagem e as coisas no quarto e saímos, famintos, sem querer esperar,  para comer uma hamburguesa a lo pobre,  no Bembons, na Plaza de Armas.

Um dia comprido terminava sem problemas sérios.  A queda do Nelo e da Jucelia, devido ao extremo cansaço e fome, nos deu um alerta pra maneirarmos e não excedermos os limites do organismo.  Decidimos não mais dirigir a noite! E sempre comer alguma coisa antes do jantar (kkk).

Chegamos ao nosso destino.  Agora é curtir a história e a cultura Inca nos arredores de Cusco e Machupicchu.



segunda-feira, 16 de maio de 2016

Dia 9 - Coroico / Desaguadero

Eram 8h quando tomamos café. Coisa bem estranha: o café puro, muito forte e gelado era servido num bule de metal. Colocamos o fundo da xícara e completamos com água fervendo.  E... era muito bom!

Saímos do hotel antes dos argentinos, em direção a Ruta de la Muerte,  Deth Road ou simplesmente estrada da morte. É uma antiga estrada que liga Coroico a La Paz.  São uns 14 km em que a altitude varia dos 1000m a mais de 3000m, com precipícios de até 2000m. É considerada por muitos a estrada mais perigosa do mundo.  Por muito tempo, foi a única interligação entre as duas cidades citadas.  Ao longo dos precipícios, há cruzes e placas lembrando os mortos na estrada.

Todo o trajeto da estrada da morte é feito em mão inglesa.  Assim, subimos pelo lado da montanha, deixando o precipício para as bikes dos turistas que fazem downhill.

Já no início,  tivemos que atravessar dois rios com fundo de pedras. Confesso que só não amarelei porque o Josué foi na frente. Na vez do Nelo, a moto pendeu com o peso e ele parou no meio do rio.  A Jucelia teve que descer e os dois já largaram com as botas ensopadas.

Toda a subida deve ser feita com constantes buzinadas para evitar acidentes. No meio do caminho, encontramos dezenas de turistas descendo de bike...  Atrás deles vem sempre uma van com a equipe de apoio.

Bem na nossa frente, uma garota que pelo sotaque parecia ser norte-americana, capotou por sobre a própria bike.  Ajudamos ela a se recompor e...  Continuou montanha abaixo.

Num desses encontros com vans de apoio,  parei do lado esquerdo e dei a vez para ele passar...  O infeliz passou mas fechou muito em cima de mim,  batendo a lateral da van no meu bauleto.  Com o chão liso, me restou a valeta do lado da montanha, ainda bem! Logo vários ciclistas vieram me ajudar a levantar a moto, que sofreu apenas um arranhão na carenagem e outro no bauleto. Minha primeira queda!

Chegamos no final da Estrada da Morte ao meio-dia. Quando o Nelo e a Jucelia nos alcançaram, contaram que a moto deles também tinha escorregado pra valeta, mas de pé. Já no asfalto seguimos subindo até próximo dos 4800m de altitude, com uma paisagem deslumbrante. Depois, enfrentamos novamente o trânsito pesado da grande e poluída La Paz.

Chegamos na divisa com o Peru, em Desaguadero, já no fim da tarde.  A Aduana boliviana é uma loucura.  Desenas de sacoleiras se amontoando na janelinha de uma sala minúscula,  logo antes da pequena ponte que cruza o lago Titicaca.  Liberados na Aduana, liberados na Emigração, cruzamos a ponte para o Peru.

As duas cidades, tanto a boliviana como a peruana,  nos fizeram sentir como se estivéssemos num filme do Jack Chan ou do Vandame.  Bicicletas cargueiras, mototaxi com cobertura, todos vendendo de tudo...

Na imigração peruana, tudo organizado e rápido. O oficial até falou pra eu colar um adesivo da viagem num vidro dentro do guichê.

Na Aduana,  o oficial nos informou que só nos liberaria com o seguro obrigatório.  Fomos obrigados a ir numa lojinha e pagar 290 Soles por 5 meses de seguro.  Depois disso, voltamos na aduana e,  com o Josué e o Nelo,  tudo certo.  Comigo,  o cara da seguradora tinha preenchido o número da placa errado...  Voltei na lojinha que funciona a venda de seguro e, para minha surpresa,  não havia outro bilhetes de seguro para ser preenchido. Tínhamos utilizados os três últimos da loja.  Rapidamente um dos atendentes saiu e voltou minutos depois com uma gilete. Então, rasparam o número errado da apólice de seguro e colocaram o número correto.

Tudo certo na aduana, voltei à lojinha.  Os atendente me olharam preocupados.  Falei que por conta do atraso necessitariamos pousar em Desaguadero.  Para tanto, precisavamos de um hotel com garagem.  O rapaz, educadamente disse que nos levaria ao melhor hotel da cidade.  Peguei a moto do Josué da frente da Aduana (as outras estavam impedidas de sair e a Jucelia e o Nelo haviam saído a procura de banheiro), e segui o rapaz num caótico trânsito até um estranho hostel. Reservei os quartos, deixei a moto do Josué no pátio interno do hostel e voltei a Aduana de carona na moto do cara da seguradora.

Depois disso,  conduzi os demais e os 3 argentinos que aproveitaram a onda até o hotel.  Gente, pense num quarto empoeirado.  Parecia um hotel de faroeste na cidade de bankok. Estávamos em um filme dos anos 80!

Tomado banho, pois as roupas estavam suadas e  congeladas,  comemos um PF estranho num café que também foi indicado pelo rapaz da seguradora.

Terminava um dos dias mais cansativos e  interessantes da viagem,  que incluia uma queda na ruta de la muerte,  a travessia na loca cidade de Nuestra Señora de La Paz e a experiência de ficar numa cidade de cinema...  Kkkk.

Em todo tempo, estivemos debaixo das potentes mãos de Deus!

Dia 8 - Cochabamba / Coroico

O café da manhã no Hotel Olimpic é simples mas gostoso. Há duas opções...  Todos fomos na hamburguesa tostada.

Este foi um dos dias em que mais tive prazer em ser um motociclista. Saindo de Cochabamba,  subimos a mais de 4600 m de altitude, numa paisagem de tirar o fôlego.

Havíamos constatado que os pneus estavam gastando mais em um dos lados, por conta da inclinação da pista.  Assim, sempre que podíamos, andávamos na contramão. Essa é um dica importante para longas viagens.

Na saída de Cochabamba paramos para abastecer,  mas o jeitinho brasileiro não colou.  Tivemos que pagar o preço absurdo para encher os tanques.

La paz é uma Doideira só. Na chagada ou saida da cidade, há pilhas e pilhas de lixo depositados ao lado das rodovias.  Eu nunca tinha visto tanta van numa corrida desordenada. Que coisa loca...  O cheiro dos gases que saem dos carros e caminhões que entulham as estradas é muito forte. E tem gente vendendo coisa em todo lugar.

Fizemos uma paradinha em El Alto para comprar bananas e bergamotas numa feira gigante, onde eles vendem de tudo. Ali, um casal de hippies vindos do Brasil com uma combi velha, pararam para conversar conosco quando notaram que as motos eram do Brasil.

Seguimos o GPS na direção de Coroico. Passamos por dentro de cidades e ladeiras que lembram as favelas do Rio de Janeiro. Minha moto já estava na reserva, quando tentamos comprar gasolina num posto, pra nossa surpresa, o gerente do posto disse que só venderia 10 litros, pois não tinham o "sistema" para vender no preço internacional.  Assim, vendeu os 10 l utilizando a sua própria identidade para emitir a nota.  Logo à frente,  um outro posto nos vendeu a 7Bs, nem preço nacional nem internacional...  Vai entender!

Subimos até 4800m e depois descemos até os 1000m em 85 km rodados  numa estrada muito linda.  Que paisagens maravilhosas! Nossa serra do Rio do Rastro fica pequenina perto dos 3800m nessa estrada.

Não demos conta de chegar ao hostel que tínhamos planejado.  Anoiteceu e ficamos com muito medo de rodar os 30km faltantes na terra de pedras soltas, sem saber exatamente o endereço (pois no booking não dizia). Foi providencial a ajuda de um senhor que nos indicou um outro hotel,  quando viu a nossa cara de desespero. Já tinhamos dirigido quase 2h no escuro. Estávamos exaustos como nunca antes!

Mais um dia se finda.  No hotel,  fizemos amizade com 3 motociclistas argentinos, vindos de BsAs, que fariam um percurso parecido com o nosso.  Nos disseram que ao invés de Copacabana, eta melhor sairmos por Desaguadero.

Jantamos um PF, gratos por estarmos em segurança num pequeno hotel em um local de dificil acesso e longe de tudo, e fomos descansar!

Dia 7 - Santa Cruz de La Sierra / Cochabamba

Saímos depois de engolir uns pães comprados no dia anterior. Na saída de Santa Cruz,  abastecemos as motos no mesmo esquema, pagando o preço local do combustível.

Rodamos sob chuva boa parte do percurso.  Teve  momentos em que o céu abria...  Mas alguns km a frente, chovia de novo.

A Ruta 4,  de modo geral,  é bem tranquila nos primeiros 350km. Abastecemos em Ivirgaizama, no mesmo esquema,  com sucesso. A Jucelia fez amizade com um fiscal da Estacion de Servicio,  cuja função é evitar que se venda gasolina para pessoas suspeitas, pois o combustível é usado no refino da cocaína.

Os últimos 120 km foram os mais difíceis da viagem até agora. Subimos mais de 3000m, debaixo de chuva, com estrada muito ruim...  Vários trechos com pavimento de pedra de rio,  escorregadia pra caramba, e a quantidade enorme de caminhões. Alguns trechos eu pilotei de pé, pra se equilibrar no off-road.

Ouvi a buzina do Josué...  Quando olho para trás vejo o Nelo e a Jucelia no chão.  Numa parada necessária, o Nelo foi por o pé no chão, escorregou nas pedras lisas e não aguentou o peso da moto e da Jucelia.  Por conta dos alforjes a caroneira não o pode ajudar. Verificamos que não haviam se machucado e que a moto não tinha sofrido nada... Agradecemos o único caminhoneiro que parou atrás (porque os demais quase passavam por cima da gente) e seguimos viagem.

A subida da cordilheira deve ser muito bonita, quando não faz chuva.  Há várias barracas com índios vendendo de tudo, mas a banana é o principal produto!  Paramos um momento para fazer um lanche  sob uma barraca, aparentemente  abandonada... Momentos para desfrutar dos biscoitos trazidos do Brasil.

Chegamos em cima da cordilheira quase no fim da tarde e tudo mudou.  Tinha sol, vegetação amarelada, vilas indígenas de montanha... E frio, bem frio!

O GPS nos levou certinho no hotel Olimpc, que tínhamos reservado na noite anterior.  O único probema foi ficar no segundo piso,  sem elevador... Isso a 3500 metros de altitude dá uma canseira!

Logo a noite,  fomos jantar próximo a plaza de comidas...  Um prato boliviano que lembra a tábua com tudo em cima que tem em algumas cidades no Brasil.




quarta-feira, 11 de maio de 2016

Dia 6 - Corumbá / Santa Cruz de la Sierra

Às 7h a gente saiu do hotel, depois de um lanchinho básico no quarto.

Nossa preocupação era o abastecimento.  Há um decreto na Bolívia que nos 50km da fronteira,  o preço para veículos estrangeiros seja 132% maior... O lance é os postos nem sabem direito como isso funciona. Como eu já havia estudado nos blogs e relatos de motociclistas brasileiros na Bolívia,  paramos as motos do lado do posto e e chemos duas garrafas de 5l de gasolina... Depois colocamos na moto.  Deu certo no primeiro posto,  em Roboré.  Lá encontramos um brasileiro que vive em Santa Cruz.  José, também motociclista,  deu-nos algumas dicas, como a de não parar nos pedagios.  Nos deu um endereço de hotel em Santa Cruz, e nos convidou para um encontro na loja da BMW.

Em San José, não tivemos a mesma sorte.  A moça do posto disse pra trazermos as motos e nos cobrou 8,68Bs por litro.

A estrada é muito boa, em geral feita concreto.  O maior cuidado deve aer tomado com os animais na pista. Encontramos de galinhas a boiadas.

Chegamos em Santa Cruz de la Sierra no inicio da noite.  Não tinhamos hogel reservado e o endereço que José passou foi furado. Nada de hotel La Paz na av.  San Martin.

Rodamos 2h num transito caótico ate decidirmos ficar no hotel Independe t, na rua de mesmo nome, bem no centro.  Saímos para um shoping gigante, de taxi. Comemos uma super picanha e perambulamos olhando os preços, expostos em US$.

Mais um dia...  Mais de 600km na Bolívia!

Dia 5 - Bonito / Corumbá

Nada melhor que um dia ensolarado para viajar de moto. Saimos de bonito depois do café na pousada São Jorge.  A ideia era abastecer em Miranda. O problema é que o posto de gasolina,  da BR262, fica para o lado leste, e nós fomos para oeste. Aí, o próximo posto é só depois do rio Paraguai. As motos chegaram no posto na reserva!

A BR262 é cheia de radares... Como não há curvas nem elevação, fica fácil de identificar os locais. O maior problema são os animais...  Vimos jacarés, lagarto, tatu, macaco, tucanos, araras, capivaras... Os animais mortos na estrada atraem gaviões e urubus. Meu maior medo era de bird strike.

Chegamos em Corumbá no inicio da tarde. Encontramos o CityHotel, cujo bwc foi o mais estranho e sujo que já vi.  Mas era barato, e o dono bem simpático.

Deixamos as coisas e saímos para fazer os trâmites de entrada na Bolívia.  A ideia de fazer isso no dia anterior à viagem foi acertiva.  Segue os passos doa trâmites necessários para entrar e rodar na Bolívia:

1.  Faça a saida do Brasil na Polícia federal.
2. Passe a pequena ponte, no lado esquerdo do portal de chegada a Bolívia, faça sua entrada na imigração.  Não esqueça de dizer que está entrando de moto, que o agente irá assinar atrás do papel da entrada (nós esquecemos e tivemos que voltar).
3. Tire cópia do documento de saída do Brasil e de entrada na Bolívia.
4. Vá à aduana, localizada numa ruazinha do lado direito, a cerca de 100m do portal. Lá haverá um policial e um agente que não sabe datilografar... Inspecionarão a moto e darão um documento permitindo a entrada da moto.  Levar originais e cópia de RG, CNH, documentos  da moto, documento de emigração e imigração.
5. Vá até o Organismo Operativo de Trânsito e pague a extorsão policial de 50 Bs. Darão um papel chamado permissão de translado.  Os caras são muito cara de paus.  Eu pedi um recibo e o policial disse aue o documento já valia como recibo.  Perguntei por que não tinha o valor pago...  Ele apenas deu de ombros e eu sorri com sinismo.  No fim, não tinham troco, e acabamos pagando 10 Bs a menos.

Depois disso, já era noite.  Voltamos  à Corumbá para comer uma comida Pantaneira, a base de Pintado.

E foi assim...  Prontos pra descansar para o dia que começaria cedo.


Dia 4 - Bonito/MS

Bonito é uma pequena cidade, com menos de 20 mil habitantes, que explora muito bem o turismo (e os turistas). Com exceção da gruta e do balneário municipal, todos os passeios são em rios que correm em fazendas particulares. Todos os passeios, sem exceção, precisam ser agenciados por  alguma das diversas agências de turismo que se espanham pela cidade.

Há 13 anos estive aqui. Tenho a impressão que a principal mudança foi nos preços!

Hoje fizemos uma flutuação na Barra do Rio Sucuri, que ganhou esse nome por conta  do seu formato.  Pra chegar na fazenda do passeio,  fizemos um off-road de 17km, numa boa estrada de terra.  Equipados com máscaras e esnorkel, além das roupas de borracha, ajudamos o guia Marcelo a remar por um pouco mais de 1km rio acima. Depois foi só mergulhar e deixar a água fresca do Sucuri nos levar por entre os cardumes de Piratanga.  O calcário na água dos rios de Bonito aderem as partículas e as leva para o fundo, tornando a água cristalina.

O passeio é mesmo bem bacana. Nadar ao lado de peixes bem grande num rio raso, é muito legal, apesar de não observarmos a diversidade de espécie, como vemos no mar em nossa Costa.

Dessa vez almoçamos bem, num bufei super agradável e bem servido no centrando da cidade (Restaurante Casarão). Tiramos a tarde pra conversar e descansar, se preparando para a continuação da viagem.

domingo, 8 de maio de 2016

Dia 3 - Cascavel / Bonito

A sensação de calçar uma bota encharcada só não é pior do que colocar o capacete molhado.  O dia começou cedo, com impressão de que a chuva tinha cessado de verdade!

Antes das 7h as malas já estavam nas motos... Depois de um café reforçado, saímos em direção ao Mato Grosso do Sul.

Na saída de Cascavel, ainda senti algumas gotas de chuva escorrer na viseira do capacete...  Dentro da viseira eu cantava a música do JQuest "... e se quiser saber pra onde eu vou, pra  onde tenha sol, é pra lá que eu vou".

Eram 10h quando atravessamos a ponte Ayrton Senna, que liga a cidade de Guaíra/PR ao Mato Grosso do Sul. Logo depois da ponte,  cruzamos a primeira fronteira para  Salto del Guiará, no Paraguai.

Bem mais organizada que a Ciudad del Este, que conhecemos...  Aqui, todos os ambulantes são identificados com um colete e um  número.  E andam na linha pra não ser denunciados.  Lá polícia conversou com o Nelo, que estava olhando as motos, que se fôssemos molestados de qualquer forma, era só falar!

Estacionamos as motos próximo à Casa China, numa parte de chão perto da calçada. Coloquei um pauzinho sob o pedal de apoio, mas o danado do pauzinho paraguaio se partiu e a minha moto deitou sobre a moto do Josué. Ai que apavoramento pra levatar logo a máquina! O resultado foi um arranhão no tanque do Josué e o manete da minha moto fora da posição, além da total perda de confiança nos pauzinhos  paraguaios.

Ficamos 1,5 horas no Paraguai...  Tempo de comprar uns chocolates e um GPS pro Josué. Com o dólar alto do jeito que está, não anima comprar!

Quando chegamos em Dourados, perto das 16h, descobri que tínhamos ganhado mais uma hora pra viajar por causa do fuso horário! Show de bola...

A paisagem do MS é bastante peculiar! Silos gigantes pra armazenar as sementes, cupinzeiros ao longo das pastagens, muito gado e estradas retas e boas...  E, ainda bem, deixamos os pedágios absurdos do Paraná.

Andar de moto é participar da paisagem... Sentir o cheiro de capim cidreira ou da fumaça do pasto incendiado...  Tudo isso nos faz lembrar de momentos já vividos e de pessoas que a gente conhece...  E a gente ali, sozinho dentro do capacete... Às vezes, como quando a gente perseguiu o pôr do sol avermelhado antes de chegar em Bonito, parece que observamos uma pintura.  E não é? O artista mandou muito bem!

No crepúsculo chegamos em Bonito...  Dificuldades com o GPS,  demora na recepção da pousada São Jorge...  Mas tudo foi superado quando nos serviram um Pacu assado na brasa, no restaurante Joanita!
Como é bom matar a saudade da comida de verdade!

Mais um dia... Quase 700km... Vamos descansar...


!



sexta-feira, 6 de maio de 2016

Dia 2 - Guaratuba / Cascavel

Amanheceu com chuva em Guaratuba. O combinado era saírmos às 8h... Depois de um café reforçado feito pela Juciane, conseguimos partir com 50 min.  de atraso.

Foram mais de 600 km feitos, em sua grande maioria, debaixo de chuva! Como choveu...  Paramos duas vezes...  Em Balsa Nova e em Guarapuava. O almoço foi a sobra do café: uma deliciosa torta salgada, coxinha de galinha e um café quente de uma lanchonete...

Chegamos no Master Hotel no início da noite...  Ao invés de nos  colocarem no hostel, como era a reserva original, nos mandaram para o hotel, que nos surpreendeu pelo conforto!  Show de bola...

Depois de uma pizzada nas redondezas, foi a hora de atualizar a galera que viaja em nossa garupa e descansar!

Deus é bom!    :-)